Os dois lados da agressividade.

* Por: Marcela Pimenta Pavan

Geralmente quando abordamos a palavra Agressividade, ela automaticamente remete a algo negativo, destruidor. Afinal, o nosso mundo já é bastante violento e a paz é desejada por todos que buscam mais harmonia para a nossa sociedade.

Mas, então o que fazer com aquele lado revoltado, indignado, nervoso que possuímos? Devemos renegá-lo para viver mais pacificamente? Renegar não ajuda, quando renunciamos um lado da nossa personalidade não aprendemos a lidar com ele. E nas situações em que nos encontramos contrariados, que não são poucas no nosso dia a dia agitado, podemos nos tornar excessivamente submissos ou irritados e descontar a raiva imediatamente ou em outras situações ou em pessoas que nada tem a ver com a história.  É mais pacífico aprender a lidar com a raiva do que renegá-la.

Olhar para a agressividade traz a tona também outro ponto, será que ela é sempre ruim? Não necessariamente. A revolta muitas vezes nos motiva a sair do lugar, a nos defender, a lutar pelo que queremos, a mostrar nossos limites, a concretizar nossos desejos. Quando algo nos invade, nos “violenta”, é natural sentirmos raiva, indignação. A questão é como lidar com isso?

Lidando com a Agressividade

O primeiro ponto é reconhecer a sensação e não desmerecê-la. Isso não significa que a agressividade deva tomar conta da situação. Se a cabeça estiver muito quente e não conseguir pensar direito, algumas atitudes imediatas se fazem necessárias. Contar até dez, sair de perto ou desfocar do contexto estressante. Mas depois que a situação estiver acalmada é importante pensar sobre o fato, se perguntar o porquê de um comportamento tão alterado? O que isso está querendo dizer? Será que algo está me preocupando e eu não me dei conta? Ou essa reação foi porque eu não estou disposto a aceitar certas atitudes e ainda não consegui falar sobre isso.

Em muitas situações quando conseguimos entender o que essa atitude agressiva está querendo nos mostrar podemos refletir e encontrar meios mais saudáveis e produtivos de canalizá-la. Que meios seriam esses? Conversar, encontrar uma forma de comunicar ao outro o que está incomodando. A questão não é deixar de agir mas como agir. Quando encontramos uma solução adequada a intensidade da raiva diminui e aprendemos a lidar melhor com ela.

Formas produtivas

O respeito que esperamos do outro deve vir primeiro de nós. É importante nos respeitarmos e identificarmos os próprios limites, falar deles com quem é importante e conseguir também dizer não.  Algumas pessoas tem grande dificuldade em dizer não, talvez por receio de magoar o outro.  Dizer sim, querendo dizer o contrário, causa irritação, desconforto e, muitas vezes, leva a um comportamento agressivo com quem está mais próximo.

Outras atitudes simples ajudam a equilibrar e a harmonizar os sentimentos. Praticar esportes, expressar em algum tipo de arte, como por exemplo, a música. Ter mais contato com a natureza, meditar, estar sintonizado consigo e com o outro. São todas boas atitudes para uma vida mais harmônica e com bem estar.

Marcela Pimenta Pavan é Psicóloga Clínica. Orientação Junguiana. Especialista em Família e Casal pela PUC-Rio. Trabalha com questões ligadas a relacionamentos, conflitos pessoais, ansiedade, depressão, carreira, envelhecimento, entre outras. Atendimento online: www.acaminhodamudanca.com.br. Consultório: Largo do Machado – R.J. Atendimento domiciliar. Contato: marcelapimentapavan@gmail.com 
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6 respostas para Os dois lados da agressividade.

  1. frederico2010 disse:

    Belo texto. Ótima reflexão. Tenho um blog com uma linha um pouco diferente. Se tiver curiosidade http://fredericodaluz.wordpress.com/

  2. Augusto Paulo Puga disse:

    A agressividade e a sexualidade são instintivas, sendo a agressividade motivada pelo medo, e ai esta onde deve ser trabalhada.

  3. Legal seu texto, Marcela. Tudo na vida tem seus dois lados: o positivo e o negativo. É importante ressaltar a importância de não negar a raiva e a agressividade, o que traz consequências terríveis para nós, tanto no nível psicológico quanto físico.

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